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domingo, 17 de outubro de 2010

UMA IDÉIA PODE SER TUDO

Uma idéia pode ser tudo:
uma pergunta, uma resposta;
uma canção, uma revolta;
uma cura, muitas mortes.
Não há nada mais fugaz.
(Não há nada mais tenaz.)

Uma idéia muda o mundo.
Muda quem somos, quem seríamos.
Faz de um verso um poema,
de uma carta um retorno,
de um beijo uma família.
Seu cantar não é impune.

Uma idéia salva o dia.
Traz o novo em velhas vestes;
traça o velho em outras cores.
Quando muito, dá errado
– que é o certo, um pouco além.

Uma idéia contagia.
E tem em si uma outra idéia
de tornar-se algo vivo.
Algo vive entre seus traços:
uma imagem, um sonido,
um desejo que não cessa de chamar.

Uma idéia nos define, nos faz humanos.
Nós humanos definhamos,
resvalados pelos anos.
As idéias, estas restam
intocáveis pelos cantos,
na memória, nos lugares,
em quase tudo que hesitamos.

Não há boa ou má idéia.
Há idéias simplesmente.
Nunca simples – é verdade
– quando deixam nossa mente,
quando se chamam realidade.

Uma idéia pode ser tudo,
e ainda quase nada:
tudo aquilo que sonhamos
ao correr de nossas vidas;
e, ao riscar de um poema,
nada além de algumas linhas.

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